quinta-feira, 30 de maio de 2013

A Mulher (Florbela Espanca)

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte! Como sabes ser doce e desgraçada! Como sabes fingir quando em teu peito A tua alma se estorce amargurada! Quantas morrem saudosa duma imagem. Adorada que amaram doidamente! Quantas e quantas almas endoidecem Enquanto a boca rir alegremente! Quanta paixão e amor às vezes têm Sem nunca o confessarem a ninguém Doce alma de dor e sofrimento! Paixão que faria a felicidade. Dum rei; amor de sonho e de saudade, Que se esvai e que foge num lamento!

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