sexta-feira, 10 de maio de 2013

Evolução

Antero de Quental Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo Tronco ou ramo na incógnita floresta… Onda, espumei, quebrando-me na aresta Do granito, antiquíssimo inimigo… Rugi, fera talvez, buscando abrigo Na caverna que ensombra urze e giesta; Ou, monstro primitivo, ergui a testa No limoso paul, glauco pascigo… Hoje sou homem – e na sombra enorme Vejo, a meus pés, a escada multiforme, Que desce, em espirais, na imensidade… Interrogo o infinito e às vezes choro… Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro E aspiro unicamente à liberdade. Esculturas de Thomas Woolner!

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